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Alice no País das Maravilhas

Alice espantada pela presença de um estranho gato sorridente.


Era uma vez, uma linda menina que se chamava Alice. Seus cabelos eram dourados como a cor do sol, sempre presos por uma faixa preta no alto da cabeça; sua pele era bem clara.

Numa bela tarde, Alice estava sentada no jardim de sua casa, embaixo de uma grande árvore. Gigi, sua gatinha, dormia tranquilamente em seu colo.

— Ah! Se eu pudesse ter meu próprio mundo... Os animais e as flores falariam! Seria tão mágico... – falou Alice, enquanto viajava em seus pensamentos.

De repente, naquele mesmo instante, um coelho branco, vestido de colete vermelho e calça preta, atravessou o seu jardim apressadamente, tirou o relógio do bolso, consultou as horas e disse:

— É tarde, é tarde! Vou chegar atrasado!

Alice, que tinha a mente aberta, não se espantou quando o viu falar.

— Ora, ora! Aonde vai com tanta pressa, Senhor Coelho? – perguntou a menina curiosa.

— É tarde, é tarde! Estou com muita pressa! – falou o coelho, muito afobado.

E assim, o Coelho Branco correu apressadamente em direção a um arbusto, no pé de uma árvore, e desapareceu.

— Hum... Para onde foi o coelho apressado? Por que ele estava vestido e tinha um relógio? Que curioso! – Alice falou enquanto refletia sobre o ocorrido.

Nunca vira isso antes. Depressa, repousou no chão a sua gatinha, que ainda dormia, e caminhou em direção à árvore. Ela estava disposta a descobrir o mistério de tudo aquilo.

Olhou cuidadosamente para o arbusto no pé da árvore em busca de uma resposta. Até que, encontrou uma pequena entrada levemente escondida pelas folhas do arbusto. Para ver melhor, ela afastou os seus galhos cuidadosamente. Vendo que o buraco era grande o suficiente para passar, resolveu entrar e ir atrás do coelho.

Foi engatinhando alguns passos pelo túnel, quando de repente...

— Ui! O que está acontecendo? Estou escorregando! – exclamou surpresa.

Na verdade, o que parecia ser a toca do coelho revelou ser um buraco profundo em forma de poço. As paredes do buraco eram bem-feitas e repletas de estantes de livros, luminárias, quadros e flores. Estranhamente, Alice caía devagar, como se fosse uma pena. O poço era muito longo e a sua descida foi demorada, até que, finalmente, terminou caindo sobre um piso xadrez.

Ela estava agora em uma pequena sala. Nela havia uma janela, uma cortina fechada e uma mesa redonda. Uma pequena chave dourada, frutas e um monte de outras coisas estavam sobre a mesa. Enquanto observava o local, Alice afastou as cortinas e descobriu uma pequena porta branca fechada. Pensou que o coelho teria passado por ali.

A menina tentou abri-la, mas a maçaneta protestou:

— Você é muito grande para passar pela porta! Além disso, a porta está trancada.

— Desculpe-me! Eu preciso sair daqui. Você pode me ajudar? – pediu Alice.

— Em cima da mesa tem um pequeno frasco azul. Beba apenas três goles e será o suficiente para você passar pela porta! Mas antes de passar, use a chave para destrancar a porta. – falou a maçaneta.

Alice seguiu as instruções, porém bebeu além dos três goles e ficou pequena demais para alcançar a chave que estava sobre a mesa.

Vendo o tamanho da menina, a maçaneta recomendou que ela comesse uma banana que estava na fruteira. Por sorte, uma banana estava pendurada na beira da mesa. Alice a comeu e ficou enorme, muito alta!

— Ai, ai! Nunca mais passarei por esta porta! – falou Alice soluçando, enquanto suas lágrimas caíam. Chorou tanto, que suas lágrimas inundaram a sala, atravessando a fresta da porta, atingindo o jardim.

Cansada de chorar, Alice olhou para a janela da sala. Através dela, avistou tartarugas, marrecos, golfinhos e uma foca, que nadavam em círculos no lago criado por suas lágrimas. No momento em que ela observava os animais, ouviu um pequeno estalo. CRAC! Como um toque de mágica, uma fina camada de parede se abriu em sua frente e Alice pôde passar por ela, chegando ao outro lado. Ela agora estava no centro do lago, em uma pequena ilha. Assim que os animais estavam próximos, ela lhes disse:

— Olá! Vocês podem me ajudar a voltar ao meu tamanho normal?

— Claro, é muito fácil! Nade conosco! Dê três voltas em círculos e voltará ao seu tamanho normal. – falaram.

E assim ela fez. Enquanto nadava, avistou o Coelho Branco passar correndo do outro lado, deixando cair suas luvas e seu leque.

Quando Alice deu a última volta, aproveitou e deu um mergulho. Quando levantou-se, havia voltado ao seu tamanho normal.

A menina agradeceu aos animais pela grande ajuda, despediu-se deles e apressou-se para alcançar o Coelho Branco. Por sorte, logo ela o avistou. Assim que o coelho notou a presença de Alice, foi em sua direção.

— O que você faz aqui, Madalena? Volte para casa, busque minhas luvas e meu leque! – disse o coelho para Alice, confundido-a com outra pessoa.

— Ora! Não sou Madalena. Sou Alice! – respondeu a menina, imaginando que o coelho estivesse maluco.

— Chega de desculpas! Vá buscar o que lhe pedi! Depressa, porque estou atrasado! E depois traga-os até mim, não posso esperar! – ordenou o coelho.

Dito isso, o coelho saiu correndo. Alice pensou em dizer a ele que tinha visto seus pertences caídos, mas era tarde demais. O coelho já havia desaparecido.

Ela ainda tentou alcançá-lo, mas, no meio do caminho, deparou-se com uma encruzilhada, cheia de placas que apontavam para todos os lados. Ficou confusa e desapontada, sem saber qual caminho seguir.

Naquele mesmo instante, ouviu uma risada vindo do alto de uma árvore. Mas Alice não viu nada. De repente, um gato roxo apareceu, do nada. Tinha um largo sorriso, cheio de dentes, como ela nunca havia visto antes!

— Olá senhor gato, poderia me dizer para aonde devo ir? – perguntou Alice.

— Depende aonde você quer chegar! – respondeu o Gato Risonho. — Para a direita mora o Chapeleiro e para a esquerda mora a Lebre Maluca.

Em seguida, o gato deu outra risada e desapareceu.

Alice resolveu seguir o caminho da direita. Mais adiante, ela encontrou a Lebre Maluca, o Chapeleiro e o Ratinho, sentados ao redor de uma mesa cheia de guloseimas. O Ratinho estava sentado na ponta. Parecia que eles comemoravam alguma coisa.

— O que vocês estão fazendo? – a menina perguntou assim que se aproximou deles.

— Estamos festejando o desaniversário do Ratinho!

— Desaniversário? O que é um desaniversário? – perguntou Alice.

— Hahahahaha! – riram os dois.

— Festa de desaniversário é um evento que pode ser comemorado em qualquer dia que não seja a data do seu aniversário! – explicou a Lebre Maluca.

— Ah! Entendi!

Eles conversavam animadamente em volta da mesa, riam e pulavam, quando Alice foi surpreendida com o estouro de uma bexiga, provocado pelo Chapeleiro. Chateada com a brincadeira e com o susto que havia levado, resolveu ir embora.

Sem saber o caminho de volta para casa, Alice ficou parada no bosque. Novamente, o gato risonho apareceu e lhe indicou um caminho. Sem pensar duas vezes, ela seguiu por ele. Logo, chegou em um lugar que parecia ser um gigantesco jardim.

— Olá! Pode me dizer que lugar é esse? – perguntou Alice a um jardineiro que, ao lado de outros vestidos como ele, pintava com tinta vermelha todas rosas brancas que encontrava.

— Olá! Este é o jardim da Rainha de Copas! – respondeu ele, olhando com curiosidade para a menina.

— Por que estão pintando as rosas? – perguntou curiosa.

— Porque plantamos rosas brancas por engano. A rainha disse que deveriam ser todas vermelhas! – explicaram.

Neste mesmo instante, soaram os clarins e a Rainha de Copas apareceu, acompanhada do rei. Logo à frente, estava o Coelho Branco, que anunciava a chegada da rainha.

— Ah! Era por isso que o coelho estava sempre com pressa! Ele precisava anunciar a chegada da rainha. – concluiu Alice.

Quando a rainha viu a menina, perguntou-lhe:

— Ei, você! De onde você veio? Para onde vai?

— Quero encontrar o meu caminho de volta para casa! – explicou Alice.

— Seu caminho? Aqui todos os caminhos são meus! – falou a rainha, furiosa.

— Mas... Minha rainha, deixe-me explicar! – falou Alice.

— Basta! Eu já disse que aqui todos os caminhos são meus!

E assim, a rainha ordenou:

— Prendam-na!

— Espere, minha rainha, talvez a menina saiba jogar croquet! – falou o rei.

Croquet é um jogo caseiro, praticado com bolas de madeira que, impulsionadas por meio de tacos, devem passar sob pequenos arcos fincados na grama.

Um pouco mais calma, a rainha suspirou e ordenou que dessem uma bola e um taco para Alice. Quando a rainha percebeu que a menina não sabia jogar, ordenou que seus guardas a tirassem dali.

Alice tentou se defender, mas, quando percebeu, estava sendo julgada pela rainha e por todos do reino. Sua acusação: tentar roubar um dos caminhos da rainha.

Quando tudo parecia perdido, inesperadamente, ela ouviu o miado de sua gatinha Gigi. Estava novamente no jardim florido de sua casa.

— Nossa! Que sonho mais esquisito! – disse Alice espreguiçando-se! A mais pura verdade é que tudo não havia passado de um sonho.

FIM


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Créditos



Essa história foi oferecida por Far Kingdoms.

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